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Estou usando antidepressivo, mas não melhoro! Por quê?


Muitos    pacientes     deprimidos    respondem    bem     aos     tratamentos iniciais   com medicação    antidepressiva.    No    entanto,    menos de 30%    irão   realmente    atingir a remissão (ausência de sintomas) com o primeiro tratamento. Residuais ou persistentes, os   sintomas são   muito comuns e expõem   os  pacientes   a maiores   prejuízos   sociais, funcionais e interpessoais.
Quando médico e paciente estabelecem um plano terapêutico inicial, é preciso que fiquem claras as possibilidades e o alcance do tratamento, já que muitos pacientes ainda vão experimentar alguns sintomas e poucos serão completamente "curados". Em outras palavras, a probabilidade de que todos os sintomas desapareçam é muito baixa. Então, quando você começar o tratamento, o primeiro objetivo deve ser a redução dos sintomas. Isto significa, evidentemente, que muitas pessoas ainda sofrem de sintomas depressivos, mesmo usando medicamentos adequados.

Para cada um, a definição de "melhora" será diferente. Ainda que existam sintomas persistentes, como ansiedade ou fadiga, você pode sentir-se melhor porque o tratamento conseguiu melhorar seu otimismo ou autoestima, ambos importantes resultados de tratamento. O objetivo final é o remissão completa dos sintomas, sem qualquer queixa residual ou prejuízo, o que só é possível em cerca de 10-20% dos pacientes. Não é incomum, portanto, que mesmo as pessoas com o melhor tratamento possível ainda padeçam de algum sintoma.
E quais são os sintomas residuais mais comuns?
  • culpa;
  • insônia;
  • ansiedade; 
  • fadiga;  
  • falta de interesse ou humor deprimido;
  • diminuição da libido; 
  • dor nas costas; 
  • dor articular; 
  • dor muscular; 
  • dor no estômago;  
  • dificuldade de lembrar pessoas, lugares, etc;
  • negativismo.
Se você tiver um ou mais destes sintomas, mesmo durante o tratamento, não deve ignorá-los, pois eles servem também para anunciar uma possível recaída. 

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